A crônica estava pronta desde quinta (23). Era só reler sexta à noiteplataforma do tigrinho de r$ 5, voltando do jantar na minha irmã, dar uma polida e mandar pra Folha.
Começava assim. "Até o Globo de Ouro ainda dava pra deixar a campanha de "Ainda estou aqui" na mão de instituições menores como a Sony Pictures. Podíamos contar com profissionais menos conhecedores do assunto como produtores de cinema de Hollywood, assessores de imprensa e relações públicas de empresas multinacionais, mas agora é Oscar, minha gente.
Tá na hora de chamar quem entende de invadir uma cidade, um país, um continente e trazer o caneco, quero dizer, o boneco, pra casa. Convoquemos a Gaviões da Fiel.".
O texto fazia um paralelo entre a possível (provável!) conquista do Oscar e a vitória do Mundial de Clubes contra o Chelsea, em 2012. (Eu estava lá!). Falava da invasão corintiana em Tóquio, da invasão corintiana ao Rio, em 1976, da capacidade que os brasileiros têm de torcer pelo país —e o que são os torcedores do Timão senão brasileiros ao cubo?
Nas últimas semanas, com o sucesso de "Ainda estou aqui", estamos vivendo um raro momento de orgulho nacional.
Pós Globo de Ouro, com o filme indicado em três categorias do Oscar, achei que podia fazer a brincadeira acima. Só me esqueci que vivemos num nada admirável mundo novo, em que até declaração de amor, quando compartilhada nas redes de Musk, Zuckerberg e seus comparsas, tem a chance de virar ameaça de morte.
Foi minha irmã quem me contou, no jantar, que as hostes da internet estavam invadindo as páginas das atrizes, atores e demais responsáveis por Emilia Pérez e trolando as pessoas. Que a Fernanda Torres estava pedindo pra pararem.
Quer dizer, a piada que eu imaginei como uma inocente torcida cantando "Aqui tem um bando de louco, louco por ti Fernanda!" já tinha virado um bando de hooligans espancando os outros concorrentes.
Se, nas redes sociais, um assunto tão legal quanto o sucesso de um filme rapidamente descamba pra baixaria, o que falar sobre temas sérios?
Temas que merecem cautela, discernimento, que exigem de nós a compreensão de nuances, de contradições? Impossível.
Neste mundo criado pela meia dúzia de bilionários inconsequentes presente na primeira fila, na posse do Trump, é A ou B, preto ou branco, só existem duas posições. Santos ou demônios.
Pior. Depois de alguns dias no liquidificador das redes, com chute, porrada e bomba de todo o lado, todo mundo vira demônio. Uma vítima com uma causa justa rapidamente se tornará algoz. Terá milhares de mensagens contra si. A montanha russa do sadismo internético vai fritar todos os envolvidos em qualquer causa, para o gozo da plateia.
Como os algoritmos valorizam os posts mais agressivos e cada um recebe o que a META quer, cada turma vai ter uma visão completamente diferente de cada história. O que faz com que as discussões não se encaminhem, jamais, pra uma conclusão, mas sigam num torvelinho infinito.
A esquerda tá absolutamente vendida nesse rolê. Achando que, na luta livre das redes, pode melhorar o mundo, quanto mais nos debatemos, mais afundamos na areia movediça do Zuckerberg, em que Trumps são eleitos, reeleitos, o mundo inunda e pega fogo. Literalmente.
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